terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Noite de domingo é a pior para dormir, diz estudo britânico

Pesquisa que ouviu 3,5 mil pessoas afirma que 60% têm problemas para acordar na 2ª.


Uma pesquisa da rede de hotéis britânica Travelodge sugere que a noite de domingo é a pior noite de sono da semana.
O estudo, que analisou 3,5 mil adultos, descobriu que quase 60% dos trabalhadores estudados têm a pior noite de sono no domingo. Mais de 25% dos pesquisados admitem que pedem um dia licença na segunda-feira depois de ter uma noite de sono interrompida.
A pesquisa também descobriu que cerca de 80% das pessoas dormem melhor na noite de sexta-feira, no final da semana de trabalho.
Neil Stanley, especialista em sono do Hospital da Universidade de Norfolk e Norwich, afirma que a preocupação com o trabalho é uma das razões para uma noite sem sono, mas não é a única.
"Os padrões de sono foram bagunçados pelo fato de as pessoas dormirem até tarde ou ficarem acordadas até tarde da noite, as pessoas não fazem muita atividade física ou mental no domingo, e há probabilidade de uma grande refeição que vai pesar no estômago", disse.

Padrões constantes
Para Stanley, a melhor forma de combater a insônia na noite de domingo é permanecer acordado e ativo durante o dia e manter padrões de sono constantes.
"O que o seu corpo quer de verdade é ir para a cama e acordar na mesma hora todos os dias", diz o especialista.
O sono interrompido é considerado uma das principais causas da falta de concentração no trabalho, do aumento da irritabilidade em relação a chefes e até mesmo de funcionários que cochilam em suas mesas de trabalho.
Cerca de metade dos pesquisados afirmaram que sofrem com a falta de concentração, que provoca erros.
Um em cada três dos pesquisados diz que ficou irritado com seus chefes e colegas e um quinto afirma que cochilou em algum momento.
Segundo pesquisas, mais de 23 milhões de trabalhadores britânicos afirmam que perdem uma hora de sono a cada noite, pois temem a hora de ir para o trabalho no dia seguinte.
Os pesquisados apontaram como causa o fato de lidar com um chefe difícil, participar da apresentação de um projeto ou ter perdido um prazo para entregar um trabalho.

Remédios inibidores de apetite usados sem orientação médica podem até matar

Efeitos colaterais indesejáveis e alterações nervosas são alguns dos sintomas



Remédios para emagrecer precisam de orientação médica para serem tomados, e como em qualquer tratamento, podem ocorrer efeitos colaterais. Daí a necessidade do acompanhamento de um profissional. Isso nem sempre acontece, algumas farmácias brasileiras vendem inibidores de apetite sem receita médica.

Esse tipo de medicamento deve ser vendido somente com a retenção da receita. Esses inibidores de apetite contêm em sua formulação as anfetaminas, substâncias que aceleram o metabolismo, as batidas do coração, deixando a pessoa irritada e ansiosa. Segundo, o Dr. Alex Carvalho Leite, endocrinologista do Hospital São Luiz, em São Paulo, “Sem controle na venda, é pior ainda, pois existem situações em que se deve contra indicar esses remédios”.

Perder peso é algo que exige antes de mais nada, disciplina e uma boa dose de paciência. São necessários exercícios físicos e dieta. As drogas que compõe esses remédios inibidores, suprimem a vontade de comer e enfraquecem a massa muscular, e podem deixar a pessoa debilitada – o Dr. Alex alerta – “Dependendo da quantidade do remédio ele pode até matar”.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está criando mecanismos para coibir ainda mais as vendas desses remédios controlados sem receita. Antes o controle de liberação desses remédios era feito manualmente, agora será feito através do computador.

Na manhã de hoje (07/02), o jornal Bom Dia Brasil da Rede Globo exibiu uma matéria com câmera escondida. O repórter conseguiu comprar uma receita por R$ 15 e obteve seu remédio sem passar pelo médico. “Existem clínicas que só dão a receita e os pacientes já a levam pronta para a farmácia. Ou conseguem no mercado negro, muito mais caro”, denuncia o Dr. Alex Carvalho.


Conheça os sintomas da depressão

Muitas vezes sentimos uma tristeza profunda e pensamos estar em depressão. Será que qualquer tristeza pode ser considerada uma depressão? Afinal o que significa e será que pode nos ensinar algo? A depressão é uma alteração do humor na forma de uma tristeza profunda que induz a diminuição da estima por si próprio e muitas vezes a necessidade de autopunição, comprometendo a alegria de viver. Há uma incapacidade em sentir prazer e instala-se uma indiferença em relação a outras pessoas, com o mundo, perdendo a esperança que algo possa melhorar. É como se não houvesse mais um sentido para a vida. Embora a genética exerça um papel sobre a depressão, ainda se discute se esse é realmente um fator determinante. Com certeza em uma família com histórico de depressão, é maior a probabilidade de outras pessoas apresentarem o mesmo transtorno, que ocorre geralmente em situações específicas em conseqüência de perdas materiais ou afetivas. Não podemos negar que a vida é uma sucessão de perdas, mas é a forma pela qual cada um de nós reage que podemos desenvolver ou não um quadro depressivo. Nem sempre a perda se refere a morte ou separação, mas também por um sentimento de decepção em relação aos outros e muitas vezes, em relação a si mesmo. E decepções não nos faltam nas relações humanas em geral. Em qualquer dos casos há uma significativa baixa da auto-estima. Nas depressões bipolares, onde se alterna períodos de grande euforia com profunda tristeza também pode haver o aspecto genético.
A pessoa deprimida sente necessidade de ficar no silêncio e no escuro, pois só assim conseguirá ouvir a si mesma
Os sintomas das pessoas em depressão são facilmente identificáveis (veja abaixo), mas é importante que o diagnóstico seja feito por um profissional de saúde. Entre os sintomas, o apetite geralmente fica reduzido, alguns precisam se forçar a comer, pois não há vontade em se alimentar; outros podem sentir vontade por alimentos específicos, como doces ou carboidratos. Quando as alterações no apetite são severas, pode haver uma diminuição ou aumento de peso significativo.
O sono também é atingido, despertando durante a noite ou muito cedo, com dificuldade para voltar a dormir ou ainda pode ocorrer a dificuldade para adormecer, porém com menor freqüência. Sendo assim, há uma diminuição da energia, com queixas de cansaço, mesmo sem esforço físico. Por exemplo, tomar banho e se vestir pela manhã pode se tornar algo exaustivo ou levar o dobro de tempo habitual. Veja os principais sintomas:Sintomas psíquicos da depressão- sentimento de tristeza profunda- desesperança, impotência- sentimentos de desvalia (de valor) ou culpa - dificuldade de concentração ou tomada de decisões- perda do interesse ou prazer por atividades antes prazerosas- pensamentos recorrentes sobre morte ou suicídio
Sintomas físicos da depressão- dor de cabeça- alterações do apetite ou peso e do sono- constipação intestinal (prisão de ventre) ou diarréia- náuseas- sensação de opressão no peito- sensação de bolo na garganta- dificuldade de respirar, sensação de falta de ar- dor no peito- dores nas costas- perda ou diminuição do desejo sexualIdentificar os sintomas físicos também é importante, pois algumas pessoas queixam-se de dores físicas, quando na verdade são somatizações de sentimentos não expressos ou identificados. Por isso é tão importante falar sobre as dores até que se esgotem para que assim sejam elaboradas. Quando há dificuldade para enfrentar esse processo sozinho é aconselhável o acompanhamento com um profissional que poderá ajudar a superar esse momento difícil. O sofrimento em geral nos leva ao aprendizado. Para Jung a depressão é uma maneira do nosso eu verdadeiro se confrontar com a energia reprimida expressa pela depressão. É um convite à introspecção, a entrar no silêncio e no vazio. É como se fosse uma necessidade de se retirar da pressão do dia-a-dia que a pessoa não está conseguindo lidar, a fim de encontrar tempo para o essencial, a contemplação, e encontrar luz na escuridão. Isso nos explica a necessidade que a pessoa em depressão sente de ficar no silêncio e escuro, pois só assim conseguirá ouvir a si mesma. Ao entrar em seu próprio mundo e se confrontar com os sentimentos que até o momento estavam sendo reprimidos e negados, poderá haver uma mudança de comportamento e sentimento. É como se sua mente e seu corpo estivessem pedindo, implorando, para que perceba que há algo muito maior que o externo, valorizando mais as conquistas internas e o direito que todos temos de viver uma vida com paz, amor e alegria!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Abaixo, alguma opiniões sobre religião e ensino de ciência discutidos entre um teólogo e uma das maiores cientistas do Brasil, a geneticista Mayana Zatz. Leia e reflita. Concorde ou discorde, mas pelo menos, conheça um ponto de vista que é no mínimo, instigante.

Religião e ensino da ciência


"Doutora Mayana, sobre sua exposição em Veja.com desta semana, quero manifestar minha opinião sobre religião e ciência. Acredito que muita discussão tem levado ao atraso as pesquisas científicas no nosso país, entretanto, tal fato ocorre em decorrência da falta de informação pelos cientistas, pois acredito que quando tudo se tornar transparente os religiosos, com certeza, se aliarão aos cientistas no sentido de salvar vidas. Esta, afinal, é a missão dos religiosos. Tenho acompanhado as discussões sobre o assunto, principalmente o desenvolvimento do seu trabalho. Como leigo vejo com bons olhos e gostaria muito que tais avanços científicos pudessem trazer a solução para meu neto e para todos que necessitam. Oro todos os dias a Deus para que lhe dê sabedoria. Por favor, não nos culpe por sermos religiosos, mas tenha tolerância com a nossa pouca cultura científica o que nos torna ignorantes no assunto. Felizmente Deus levantou pessoas como você para esta área que cuida dos doentes e a mim para cuidar dos doentes do espírito."
(Angelo Medrado, teólogo)

Ser cientista no Brasil
Muito obrigada por seu e-mail, querido reverendo. Chegou quando o ano de 2008 começa para nós brasileiros, como de praxe, logo após o Carnaval. Será que todas aquelas intenções da virada do ano vão se concretizar? Vou fazer regime, vou fazer ginástica, vou dar mais atenção aos meus filhos, vou trabalhar mais. Ou, vou trabalhar menos e me divertir mais....... Acabo de voltar da Inglaterra onde passei uma semana visitando laboratórios, conversando com cientistas, planejando pesquisas colaborativas, vibrando com os novos avanços científicos. O que faz a ciência andar tão rápido naquele país? Nós brasileiros temos de ser ao mesmo tempo cientistas, professores, administradores (muitas vezes tentando fazer milagres com poucos recursos) e até despachantes (para agilizar a liberação de material importado, indispensável para as pesquisas). Enquanto o cientista inglês pode dedicar-se integralmente ao seu projeto.

Na área de saúde, por exemplo, os pesquisadores que trabalham com ciência básica ficam só no laboratório, em dedicação exclusiva, sem precisar se preocupar com os pacientes. Têm um tempo enorme para pensar, avaliar os resultados, discutir com seus pares, planejar novas experiências. No avião de volta ao Brasil, eu não parava de pensar: será que vou conseguir me envolver de novo em todas essas atividades além dos muros da Universidade? A tentação de esquecer o mundo lá fora e voltar a ser só cientista, enfurnada no laboratório com meus alunos é enorme..... E de repente, esse seu e-mail, caro reverendo, além de me emocionar muito, me traz de volta a nossa realidade. Já incorporei mais um desafio. Como contribuir para melhorar o conhecimento científico dos religiosos?

A cultura científica e a clonagem
A sua constatação me fez lembrar um episódio que vivi recentemente com uma jornalista que trabalhava para um jornal ligado à área econômica. Ela me ligou dizendo que estava escrevendo um artigo sobre clonagem e queria falar com um (ou uma) especialista para entender mais do assunto. Exatamente o que você quer saber, perguntei? Tudo. Todos os detalhes de como se faz a clonagem, respondeu de pronto. Bom, vou ter que voltar à ovelha Dolly e começar daí, pensei. Mas antes de iniciar minha explicação científica perguntei: você tem certeza que seus leitores querem saber todos esses detalhes técnicos? Claro, retrucou imediatamente. Todo mundo quer saber como se faz clonagem de telefone celular. Caí na gargalhada. Acho que você está falando com a pessoa errada. Sou uma geneticista, não entendo nada de telefonia. Aliás, também gostaria de saber como é possível "clonar" um telefone celular. Aí, foi ela que começou a rir. Mas isso me mostrou que tínhamos que ensinar mais ciência aos jornalistas. E foi o que fizemos. Logo em seguida, organizamos um curso para jornalistas e interpretes. Espero que tenha sido útil.

Religião para os cientistas e ciência para os religiosos

Não há dúvida que os cientistas têm muito a aprender com os ensinamentos das religiões. Sem essa exposição, que a maioria de nós teve pelo menos em algum período da vida, não temos como decidir se queremos ou não abraçar alguma religião, com maior ou menor fervor. Ou simplesmente ater-nos aos seus ensinamentos básicos, já que elas têm muito em comum. Do mesmo modo, reverendo Ângelo, estou convencida que o ensino de ciências aos religiosos seria uma iniciativa excelente, pois concordo que muitos não tiveram a oportunidade de ter um aprendizado científico atualizado e de qualidade.

Um leitor da VEJA acaba de me escrever dizendo que não tenho o direito de interromper uma vida, no caso, a dos embriões congelados. Será que ele entendeu que essa vida não começou e nunca existirá porque esse embrião nunca foi e nunca será inserido em um útero? Lembro-me que antes da votação da lei de biossegurança em 2005, que permitiu as pesquisas com células-tronco embrionárias, conversei muito com um importante líder da Igreja católica, um homem de grande cultura e sabedoria. E ele me disse: "a história tem mostrado que a Igreja muda de posição. Não desista dessa luta!"